Herbologia para animais

por | 25 jul, 2022 | 5 Comentários

Os médicos de antigamente eram também botânicos capazes de identificar muitas plantas. Eles traziam de suas viagens plantas e minerais para os seus laboratórios. Muitos médicos foram sacerdotes, xamãs e filósofos que compreenderam os mistérios mais profundos da natureza. O Tibet era, em grande parte, um país xamanista antes do advento do Budismo no século VII. Parte da matéria médica herbalista usada atualmente na Medicina Tibetana são sabedorias ancestrais.

Herbalismo ou fitoterapia é o estudo e utilização de plantas para fins medicinais ou como suplemento alimentar. A palavra herbalismo é um termo mais abrangente , já que o herbalista conhece o cultivo das plantas e entende os ciclos da natureza e a fitoenergética. A palavra fitoterapia vem do termo de origem grega “Phytos” e significa plantas, enquanto o termo “therapeia” significa tratamento.

A técnica tem como base o uso de plantas para cuidar da saúde. Usá-las como remédio foi a primeira opção de terapia descoberta pelo homem. Foi assim que a medicina começou. No início, os homens e animais eram muito saudáveis, pois viviam de maneira natural. Quando surgiram as primeiras doenças, tanto os animais quanto os seres humanos buscavam alívio nas ervas, folhas e raízes e eram capazes de achar as mais adequadas para o seu caso pelo instinto que lhes eram natos. Com o tempo, alguns homens, especialmente os mais sensíveis, passaram a se especializar nessa busca, conseguindo cada vez mais variedades de plantas medicinais. Ao mesmo tempo, estudavam o corpo humano. Esses homens eram os curandeiros e xamãs tribais que, dentre outras coisas, se responsabilizavam pela saúde de todos os membros da tribo, eram tidos como médicos.

Talvez o homem mais bem informado sobre o poder curativo das plantas tenha sido Paracelso, que adquiriu seu conhecimento de velhos ervanários da Europa e de sábios do Oriente, mas foi principalmente do estudo direto da natureza que ele obteve os maiores experimentos. Segundo sua filosofia, ”todas as coisas vivas revelam sua utilidade específica para o homem e para os animais através de sua estrutura, forma, cor e aroma”. Paracelso recomendava que um médico se sentasse em um campo e observasse como as flores acompanham o movimento dos planetas, abrindo as pétalas de acordo com as fases da Lua, o ciclo solar e as estações do ano. Paracelso estava convencido de que o conhecimento verdadeiro não se adquire através do intelecto, mas sim na capacidade de ver e aceitar as simples verdades naturais da vida. Paracelso não dava muito valor ao conhecimento especulativo que era ensinado nas universidades e que se baseava na teoria Aristotélica e os ensinamentos de Aquino. Ele preferia conversar com as velhas vendedoras de ervas e os curandeiros.

As ervas nunca deixaram de existir e estão na natureza esperando serem encontradas para curar o homem e os animais. O homem, assim como os animais, são uma parte integral do cosmo e só a natureza pode tratar seus males. Segundo a Ayurveda, as mudanças na alimentação e a introdução do fitoterápicos, necessitam de 2 meses para realizar uma transformação no organismo. As ervas mais usadas na Ayurveda são: artemísia, borragem, cravo, canela, açafrão, cardamomo, alcaçuz, manjericão, bérberis, sálvia, valeriana, dente-de-leão e genciana. No mundo atual, como a maioria dos produtos derivados de ervas, usam-se materiais de plantas minimamente processados. É praticamente impossível obter uma patente exclusiva para uma erva medicinal. Portanto, não é financeiramente viável para uma empresa farmacêutica investir na venda e na propagação das informações de cura para a população. Nossa esperança é que, à medida que a inconsciência coletiva vai descobrindo a importância do valor da farmácia da natureza, a procura pelo tratamento vai crescendo e o sistema de saúde de cada país comece a investir mais em políticas de fomento para que todos possam conhecer melhor essa sabedoria ancestral.

As plantas recebem energias eletromagnéticas da Terra, do Sol, da Lua, dos planetas e do cosmo.

Quais são as vantagens da fitoterapia veterinária?

  • Oferece várias formas de ministrar remédios. As ervas podem ser ministradas ao animal de diversas formas: as infusões, os xaropes e a maceração são as mais comuns.
  • Manejo das doses. A Fitoterapia veterinária permite dosificar o medicamento de acordo com as características dos animais, mas também revisa a quantidade de vezes em que os animais precisam tomar os medicamentos conforme o tratamento vai avançando.
  • Outro benefício é que, por se tratar de ervas, elas podem ser combinadas para que os melhores efeitos sejam alcançados.
  • Baixo custo e alta disponibilidade. A Fitoterapia veterinária acaba sendo mais econômica.
  • A biodiversidade. As inúmeras espécies de plantas e alimentos de origem vegetal abrem possibilidades para a descoberta de novos ativos e soluções fitoterápicas. O Brasil apresenta uma grande diversidade de vegetais, o que possibilita a fomentação do desenvolvimento da técnica, possibilitando a disponibilização de muitas opções de uso.

Os principais problemas que fazem com que as ervas não cumpram seu papel de cura são:

🐱Dosagem insuficiente ou extrema.

🐶Falta de compromisso com a hora e os dias que o paciente deve tomar o fitoterápico

🐱Quando a dieta não é mudada, já que a fitoterapia anda de mãos dadas com a dietoterapia.

O que são fitoquímicos?

Os fitoquímicos são compostos encontrados naturalmente nas plantas cujas propriedades são de defesa ou de prevenção de doenças. Nos organismos, eles também desempenham uma função protetora, antioxidante, anti-inflamatória, antifúngica, bactericida, e estimulam o sistema imunológico.

O Brasil tem um enorme potencial para ser o maior produtor de plantas medicinais ao lado da China e da Índia.

Benefícios dos fitoquímicos para o corpo

  • Ajudam a regular os hormônios, como o estrogênio e a insulina.
  • Bloqueiam as substâncias cancerígenas, provenientes da dieta e do meio ambiente;
  • Diminuem a taxa de crescimento das células cancerígenas;
  • Reduzem a inflamação que proporciona um meio favorável a doenças;
  • Estimulam o sistema imunológico contra o excesso de radicais livres e outros agentes; e
  • Reduzem a oxidação, o dano às células que ocorre com o envelhecimento e a exposição à poluição.

Plantas mais usadas na Medicina Veterinária:

  • Melissa……………………..…calmante e trata as cólicas abdominais.
  • Agrião…………….é usado para eliminar o excesso de linfa no peito e doenças respiratórias.
  • Dente-de-leão………….…desintoxicante do fígado e do pâncreas.
  • Espinheira santa……………auxilia no tratamento da gastrite e úlceras duodenais.
  • Silimarina……………………..modula o intestino, limpa o fígado e a vesícula biliar
  • Camomila…………………….beneficia as funções estomacais e tranquiliza os animais hiperativos.
  • Unha de gato……….………regula os hormônios gonadais e tem ação anti-inflamatória.
  • Berberina…………..………….reduz os níveis de colesterol ruim e reduz o cortisol.
  • Óregano……………….……….poderoso vermífugo, combate vírus, fungos e bactérias.
  • Sálvia………………….………….inflamação oral, limpa os pulmões e oferece benefícios aos cardiopatas.
  • Ginseg……………………….…..tem função de impedir a formação exagerada de cortisol.

Nos últimos anos, os fitoterápicos têm sido alvos de muitas pesquisas que comprovam a sua eficácia no tratamento de inúmeras patologias. Um bom exemplo de utilização é o uso de fitoterápicos em sinergia: cúrcuma, alecrim e romã em substituição à carnosina (uma substância composta por dois aminoácidos, na qual trata a disfunção cognitiva). A carnosina é um nutracêutico caro e geralmente o tratamento é longo, logo é um fator que ainda impossibilita o seu uso em larga escala.

Plantas medicinais versos medicamentos fitoterápicos

Primeiro, deve-se saber distinguir plantas medicinais de medicamentos fitoterápicos. A planta medicinal é a planta em si, conforme é encontrada na natureza. Pode ser fresca ou seca ou ainda triturada, mas apresenta-se de forma livre. Podemos cultivá-las em casa ou em hortas comunitárias. Também podemos comprá-las em lojas de ervas e mercados. O uso das plantas medicinais em sua forma natural é mais comum no contexto caseiro. Já os medicamentos fitoterápicos são aqueles produzidos de forma controlada em farmácias de manipulação, apresentado em cápsulas, xaropes, tinturas, comprimidos, pastas, entre outros. Tem-se aqui um controle maior sobre a concentração de princípios ativos, possibilitando o uso controlado e seguro. Os medicamentos fitoterápicos são a forma moderna das plantas medicinais, transformadas para um melhor manuseio e controle de uso, o que facilita ser encontrada nos grandes centros.

Na atualidade, a Fitoterapia já é uma prática com disponibilidade rápida nos grandes centros urbanos.

As plantas medicinais podem ser utilizadas em atenção primária, já que os medicamentos alopáticos são mais agressivos e acabam depletando as vitaminas e minerais do animal.

As diferentes funções das ervas medicinais

  • Eliminação e desintoxicação: são ervas purificadoras e diuréticas ( cavalinha, moringa, salsão, alecrim, capim limão e melissa)
  • Manutenção : ervas que são ricas em nutrientes e que devem ser usadas na alimentação ( chicória, bertalha, almeirão e manjericão)

É preciso pontuar que, muitas vezes, medicamentos alopáticos pode trazer efeitos colaterais irreversíveis para o corpo. Já na Fitoterapia, não há esse risco quando o animal for acompanhado pelo profissional veterinário capacitado.

By Paula Carneiro.

5 Comentários

  1. Edson Sano

    A cura de doenças por meio de plantas medicinais deve ser incentivada. Além de serem eficientes, possuem efeitos colaterais muito menores em comparação com as substâncias quimicamente sintetizadas. Quantas das espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas presentes no nosso Cerrado possuem potencial medicinal? Pergunta de um milhão de dólares.

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  2. Douglas

    Importantissimo material! Agradadeço pelo compartilhar.

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  3. Francis

    Muito bom isso ser relatado, infelizmente a médicina de hoje entrou pra máfia da indústria farmacêutica que é totatalmente paleativa, os médicos de antigamente deixavam os de hoje no chinelo

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    • Rose Vieira

      O tratamento natural é maravilhoso e efetivo. Infelizmente, a medicina alopata não cumpre o papel de salvar vidas, de curar vidas. Antes, se beneficia inexcrupulosamente das desgraças alheias! Bendita seja a natureza que Deus nos preparou para que dela possamos fazer o bom uso, conforme se faz necessário!

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